Sunday, March 28, 2004

Danças Húngaras

Eu andava pelos caminhos estranhos da vida quando vi uma pedra. Uma pedra gauche. O que é uma pedra gauche? Pedras gauche são aquelas que conversam com anjos tortos. Logo, são mexicanas, pois pedras falantes só existem no México (1). Bom, a pedra num momento de epifania olhou para mim e disse: Ai que preguiça!!!! E virou um sujeitinho pretinho baixinho e com fralda. Eis então que ouvi barulho de aviões e os prédios caíram, enquanto o Homem Aranha tomava chá e chorava lágrimas de café. O sangue das aranhas, sendo verdadeiramente azul, não utiliza o oxigênio para processar as calorias. Se aproveita do trabalho das ilhas Filipinas e da China, que é sub-remurado. O Homem Aranha, por ser feito de papel, não sabe disso, ou então finge muito bem. Suas teias nos vidros de carro, são a metáfora perfeita da cristalização nociva das idéias quando postas em papel. A avaliação é um processo burguês-burocrático-tcnocrata (2) de opressão do pensamento e da cultura oral. A prova é a moeda do diploma. Mas o Homem Aranha é feito de papel e não sabe nada disso, ou finge muito bem. As pedras falantes são como as teias, mas entretanto elas têm cultura oral. Será que elas fazem sexo?! Mas as teias do Homem Aranha se dissolvem depois de uma hora, sendo assim, como dizia Marx, tudo que é sólido se desmancha no ar. As pedras gauche eram a sólida base dos prédios, e agora não tem mais casa; eram elementos da América latina, que bravamente passaram a fronteira catapultadas contra o Golias. Isso deve-se muito à crise do exército Zapatista depois da introdução do Salto 15 nas passarelas. Com a queda dos prédios, muitas pedras foram às ruas, mesmo porque naquele hora, os judeus não estavam. As pedras então encontraram os judeus na Intifada, mas essas eram outras pedras. Por isso a pedra estava no meu caminho.

1- Chapolim, episódio 36, 1969.
2- BALACHOV, Serguey. Des technocrates, des bureacrates et le bourgeoise. Paris: Galimard, 1999.

Otrao e Bernies são pensadores contemporâneos e injustiçados, especializados em se lamuriar sobre a vida. Filósofos e Historiadores da cultura do lixo hospitalar, ligados à Escola Charles Schultz de Existencialismo, trabalham em conjunto uma vez por década.

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